SOBREVIDA DA TERAPIA BIOLÓGICA EM PACIENTES COM ARTRITE
REUMATOIDE ATENDIDOS PELA REDE PÚBLICA DO ESPÍRITO SANTO

Nome: Bruna Costa da Mata Moura
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 01/04/2019
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
Valéria Valim Cristo Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
Vinícius Raphael de Almeida Examinador Externo
Valquíria Garcia Dinis Examinador Externo
Valéria Valim Cristo Orientador

Resumo: OBJETIVO: Analisar a sobrevida dos imunobiológicos na artrite reumatoide (AR) na
rede pública do Espírito Santo.
MÉTODOS: Coorte de base populacional de 902 pacientes com diagnóstico de AR
com processos ativos nas farmácias cidadãs do Estado do Espírito Santo, e que usam
terapia biológica, no período entre janeiro de 2010 até abril de 2017. Foram aplicados
o teste de Kaplan-Meier e log-rank. A descontinuação do tratamento foi considerada
quando houve o início do novo biológico.
RESULTADOS: Da amostra estudada, 84% dos pacientes eram mulheres com idade
entre 50 – 70 anos. O anti-TNF foi o principal biológico prescrito como terapia de
primeira linha quando comparado ao não anti-TNF (92,3% vs. 7,5%, p <0,05) nas
seguintes proporções: adalimumabe (ADA) 40% (n=361), infliximabe (IFX) 20 %
(n=180), etanercepte (ETN) 19% (n=168). A sobrevida média para o primeiro biológico
foi de 59,61 meses (IC95%; 56,69-62,52). ADA e ETN tiveram melhor sobrevida
comparados ao IFX (61.64 vs.60.14 vs.50.06 meses, p = 0.01). Na análise de
subgrupo, os indivíduos mais idosos tiveram uma sobrevida melhor (59 meses, p
=0.036). A sobrevida geral foi semelhante entre os grupos anti-TNF e não anti-TNF
(p = 0,517).
Dos não anti-TNF, o tocilizumabe (TOCI) apresentou a menor taxa de descontinuação
7% (n = 1) como terapia de primeira linha, comparado a outros biológicos; o rituximabe
(RTX) apresentou a melhor sobrevida comparado aos outros não anti- TNF (59 meses;
IC95%; 42,88-75,76; p = 0,01). Vinte e sete por cento fizeram a troca para um segundo
medicamento. Desses, em 65% (n=158) a escolha foi um anti-TNF e em 35 % (n=86)
um não anti-TNF (p<0.05). Nesse subgrupo, o ADA (n=60, 25%) e ETN (n =57, 23%)
foram as principais opções de prescrição. O segundo imunobiológico teve sobrevida
média de 53,69 meses e não houve diferença entre os grupos (anti -TNF vs não antiTNF) e cada terapia biológica (p=0,412). Cerca de 24,5% dos pacientes mudaram
para um terceiro tratamento biológico. O grupo dos não anti-TNF foi o mais prescrito
quando comparado ao anti-TNF (68,63% vs. 31,67%, p <0,05). Os medicamentos
mais usados foram ABA (30%, n = 18) e TOCI (27%, n = 16). A sobrevida média para
o terceiro biológico foi de 28 meses (IC95%; 23,12-33,33), e não houve diferença entre
os grupos e cada terapia biológica (p> 0,05). Tocilizumabe (TOCI) teve a menor taxa
de descontinuação como primeira e segunda e na terceira linha de terapia (7% e 16%)
foi a menor dentre os não anti-TNF (13%). Já o IFX apresentou a maior taxa de
descontinuação na primeira e segunda linha (44% e 50%).
CONCLUSÃO: Na população com AR e que usa terapia biológica no estado do
Espírito Santo, o grupo anti-TNF são as medicações mais prescritas. Esses indivíduos
usam os anti-TNF como primeira (92,3%) e segunda (64%) opção, porém menos
comumente como terceira indicação (34%). No primeiro tratamento o ADA foi a droga
mais prescrita, refletindo sua acessibilidade no SUS, uma vez que apenas o grupo do
ani-TNF estavam disponíveis antes de 2015. O ADA teve a melhor sobrevida e o IFX
a menor sobrevida como terapia de primeira linha, mas não tivemos nenhuma
informação sobre doses e razão para a interrupção. O RTX foi o não anti-TNF com
melhor sobrevida e o TOCI foi o que apresentou menor taxa de descontinuação. O
grupo dos não anti-TNF foram a classe mais prescrita como terapia de terceira linha
refletindo melhor acesso após 2015 e falha anterior ao anti-TNF. Vinte e sete por cento
dos pacientes que iniciam um imunobiológico, falham e trocam para um outro
medicamento. Estudos prospectivos são necessários para comparar o tempo de
sobrevida dos fármacos entre biológicos visando melhor planejamento da assistência
em saúde pública.
Palavras-chave: Artrite reumatoide. Imunobiológico. Sobrevida. Falha. Anti –TNF. Não
anti-TNF.

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