Prevalência da Síndrome de Sjögren em Pacientes Com
lupus Eritematoso Sistêmico

Nome: Ana Paula Espíndula Gianordoli
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 19/08/2019
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
Valéria Valim Cristo Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
Liliana Aparecida Pimenta de Barros Examinador Interno
Valéria Valim Cristo Orientador
Érica Vieira Serrano Suplente Externo
Maria Bernadete Renoldi de Oliveira Gavi Suplente Interno

Resumo: O lúpus eritematoso sistêmico (LES) e a síndrome de Sjögren (SS) podem se sobrepor e apresentarem semelhanças clínicas e imunológicas que dificultam o diagnóstico. Poucos e heterogêneos estudos avaliaram a prevalência de SS no LES e, até o momento, nenhum usou a nova classificação de 2016 para SS. Objetivos: Avaliar sintomas de secura, descrever a histologia das glândulas salivares e estudar a prevalência de SS no LES, segundo os critérios de classificação do ACR-EULAR 2016 e do AECG 2002. Métodos: Estudo transversal de 117 pacientes portadores de LES, do ambulatório de reumatologia do hospital universitário, realizado no período de 2016 a 2018. Os pacientes foram submetidos a um questionário de secura, fluxo salivar total não estimulado (FS), “Ocular Staining Score” (OSS) por testes de superfície ocular (fluoresceína/ lisamina), teste de Schirmer I (TS I) e biópsia da glândula salivar labial (BGSL). Resultados: A maioria formada por adultos do sexo feminino (94%), 49,6% de etnia parda e 92,2% preenchiam o SLICC 2012 para o LES, 93,1% de FAN positivo, 31,6% de anti-DNAds. A frequência de sintomas de secura foi 70,1% turvação visual, 66,7% pele seca, 65,8% fotofobia, 61,5% sensação de boca seca por mais de 3 meses, 51,3% prurido na pele, 44,4% costumam ingerir líquidos para ajudar a engolir alimentos, 40,2% cáries frequentes, 39,3% secura ou prurido vaginal, 38,5% queixaram-se de secura de mucosa nasal, 25,6% edema parótideo recorrente e persistente e 24,1% chorar sem lágrimas. A disfunção glandular salivar (FS &#8804; 0,1ml/min) foi 48,3%, e lacrimal foi TS I &#8804; 5mm 30% e OSS &#8805; 5 28,5%. Anti-Ro + foi observado em 49,6%. A prevalência de SS foi de 35% com base nos critérios do ACR-EULAR 2016 e de 23% com base nos critérios do AECG 2002. O ESSDAI em SS+ foi de 8,9 ± 7,6. O estudo anatomopatológico da BGSL mostrou sialoadenite crônica inespecífica em 49,6% dos pacientes com LES e sialoadenite linfocitária focal com escore focal &#8805;1 em 17,2%, 56,8% apresentaram atrofia acinar, 71,5% dilatação ductal, 55,8% infiltração adiposa. Dos 18 pacientes com biópsia com escore focal &#8805;1,4 (22%) apresentaram lesão linfoepitelial. Os fatores preditivos (p <0,05) para SS foram a presença de anti-Ro, com OR = 17,6 (IC95%= 6,7-47); sialoadenite linfocítica focal com escore focal &#8805;1 OR= 3,7 (IC95% 1,8-7,3); OSS &#8805; 5 OR= 7,5 (CI95%= 2,6-21,7); Teste de Schirmer I OR= 2,67 (1C95%=1,028-6,8) e FS&#8804; 1,5 ml/min 4,1 (IC95% 1,7-10,2). Os sintomas de secura bucal e ocular não foram preditores do diagnóstico de SS.
Conclusão: A prevalência de SS no LES foi de 35%, com base nos critérios do ACR-EULAR 2016 e 23%, com base nos critérios do AECG 2002. A concordância entre os dois critérios pode ser considerada como boa. A presença de disfunção glandular, sialodenite linfocítica focal e anti-Ro, mas não os sintomas de secura, foram preditores de SS no LES.
Palavras-chave: Lupus Eritematoso Sistêmico. Síndrome de Sjögren. Biópsia de glândula salivar labial. Critérios para classificação diagnóstica do American-European Consensus Group.

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