HEPATITE B em Crianças e Adolescentes: uma Análise das Notificações Compulsórias no Brasil e no Espírito Santo

Nome: Beatriz Zago Gomes
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 09/11/2017
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Luciana Lofego Gonçalves Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Ana Daniela Izoton de Sadovsky Examinador Interno
Luciana Lofego Gonçalves Orientador
Sandra Fagundes Moreira da Silva Examinador Externo
Valmin Ramos da Silva Examinador Externo

Resumo: INTRODUÇÃO: A infecção causada pelo Vírus da Hepatite B (VHB), é um importante problema de saúde pública, com uma prevalência de 350 milhões de portadores crônicos no mundo, podendo evoluir com morte por cirrose e câncer de fígado. Em 2015 fez 19 anos de vacinação universal contra o VHB, portanto teoricamente crianças e adolescentes menores de 20 anos não deveriam ter Hepatite B crônica. OBJETIVO: Analisar as notificações no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de infecção pelo VHB em menores de 20 anos no Brasil e no Estado do Espírito Santo (ES), entre os anos de 2010 e 2015, através da incidência e prevalência e descrição do sexo, faixa etária, raça, fonte/mecanismo de infecção, apresentação clínica, classificação etiológica e ano de notificação. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo epidemiológico observacional, descritivo e transversal, com amostra constituída pelos dados do SINAN, referentes às notificações de infecção pelo VHB em menores de 20 anos no Brasil e no ES. Foi selecionado o item sorologia HBsAg reagente como critério de inclusão no estudo. RESULTADOS: Verificou-se ocorrência de 4.275 casos de Hepatite B em menores de 20 anos no Brasil nos 06 anos estudados, sendo 62 destas no ES. A prevalência calculada foi de 6,49 casos/100.000 habitantes no País e 5,14 casos/100.000 no Estado, e na faixa etária de 0 a 4 anos foi de 3,61/100.000 habitantes no Brasil e 7,23 casos/100.000 no ES. A faixa etária com o maior número de notificações no Brasil foi de 15 a 19 anos (68,58%), porém a segunda mais frequente foi de 0 a 01 ano (9,43%). A incidência apresentou queda importante no ano de 2015, tanto em nível nacional quanto estadual. As ocorrências predominaram no sexo feminino e nas raças branca e parda. A Região Norte apresentou o maior número de ocorrências, incidência anual e prevalência, com atenção para o Acre, com grande parcela de notificações. A Região Metropolitana do ES apresentou o maior número de notificações no Estado, e o município de moradia mais notificado foi Cariacica. A forma de transmissão foi ignorada em quase metade dos casos, e a forma de transmissão mais relatada no Brasil foi a sexual, seguida pela vertical, ao contrário do verificado no ES. A coinfecção mais frequente foi com o vírus da Hepatite Delta (1,87%) e nenhuma coinfecção foi descrita no ES. A hepatite crônica foi a forma clínica mais prevalente, conforme esperado em crianças. CONCLUSÕES: Foi possível observar que, a partir da implementação da vacinação universal, a prevalência e incidência do VHB em crianças e adolescente apresentaram queda acentuada e progressiva, o que aponta para a eficácia da vacina. Porém, foram verificadas frequência e prevalência não esperadas em menores de 01 ano, principalmente no ES, podendo corresponder a falha vacinal nos últimos anos. É necessário, portanto, treinamento dos profissionais de saúde para o correto preenchimento das fichas de notificação e reforço de políticas direcionadas à prevenção da infecção pelo VHB.

Palavras-chave: Hepatite B. Criança. Adolescente. Notificação compulsória.

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