RELAÇÃO ENTRE O VOLUME RESIDUAL GÁSTRICO E A DOSE DE
NORADRENALINA ADMINISTRADA EM PACIENTES CRÍTICOS: EXISTE A
NECESSIDADE DE SUSPENSÃO DA NUTRIÇÃO ENTERAL?

Nome: André Ochotorena dos Santos
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 14/02/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
CLAUDIO PIRAS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
CLAUDIO PIRAS Orientador
Crispim Cerutti Junior Examinador Interno
Luciano Cezar Pontes Azevedo Examinador Externo

Resumo: Introdução: Pacientes em uso de noradrenalina, geralmente sofrem
interrupção da nutrição enteral (NE). Atualmente não há estudos que evidenciam
a relação entre o aumento do volume residual gástrico (GRV) e a dose de
noradrenalina com necessidade de interrupção da NE. Objetivo: Determinar se
há relação entre o GRV e a dose de noradrenalina em pacientes
hemodinamicamente estáveis. Metodologia: Trabalho aprovado no Comitê de
ética em pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes
(HUCAM) sob o número CAAE: 54515416.3.0000.5071. Os pacientes estiveram
internados nas Unidades de terapia intensiva do Hospital Estadual de Urgência
e Emergência e Hospital Evangélico de Vila Velha no período de maio de 2016
a agosto de 2017. Esses, foram divididos em 4 grupos, alocados por dose de
infusão de noradrenalina: Grupo 1 – abaixo de 0,5 mcg/kg/min, Grupo 2 – entre
0,5 e 0,89 mcg/kg/min, Grupo 3 – entre 0,9 e 1,3 mcg/kg/min, Grupo 4 – acima
de 1,3 mcg/kg/min. Os critérios de inclusão foram: ter idade igual ou superior a
18 anos; receber nutrição enteral com sistema fechado por sonda nasoentérica,
por meio de bomba de infusão contínua; receber infusão contínua de
noradrenalina; possuir Pressão Arterial Média maior ou igual a 65 mmhg e lactato
sérico normal. Critérios de exclusão: pacientes neurocríticos e contra-indicação
para o uso de alimentação pelo trato gastrointestinal. Todos os participantes
assinaram o Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). O lactato foi
dosado diariamente. O GRV era aspirado com seringa de 60 ml após uma hora
de interrupção da infusão da dieta. Os dados foram coletados diariamente em
tabelas específicas, sendo novas coletas realizadas sempre que se alterava a
dose da noradrenalina. Resultados: Foram estudados 60 pacientes, 41 do sexo
masculino (68,3%) e 19 do sexo feminino (31,7%). Obtivemos 84 amostras em
4 grupos. No grupo 1, foram incluídas 49 amostras, sendo 34 do sexo masculino
(40,48%) e 15 do sexo feminino (17,86%). No grupo 2, foram incluídas 20
amostras, sendo 13 do sexo masculino (15,48%) e 7 do sexo feminino (8,33%).
No grupo 3, foram cinco amostras, sendo um do sexo masculino (1,19%) e quatro
do sexo feminino (4,76%). No grupo 4, foram incluídas 10 amostras, todas do
sexo masculino. A oscilação da dose de noradrenalina infundida foi de 0,09
mcg/kg/min a 3,49 mcg/kg/min. O volume residual gástrico oscilou de 1 ml a 1500
ml, com uma média de 151,89 ml e desvio padrão de 265 ml. Na análise
estatística, foi utilizado o teste ANOVA verificando as associações entre as
médias das dosagens de noradrenalina e GRV e as dosagens de noradrenalina
e lactato. Na análise da noradrenalina com o GRV, não foi observada diferença
estatística entre os grupos com p=0,57. Na análise da dose de infusão da
noradrenalina com o lactato, foi observada diferença estatística significante, com
p<0,01. Conclusão: Concluiu-se com os dados obtidos, que não há uma relação
entre a dose de noradrenalina e o volume residual gástrico em pacientes que
tenham sua hemodinâmica estável.
Palavras-Chave: Nutrição enteral. Noradrenalina. Lactato. Doença
grave.

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