Hepatite C Crônica e manifestações cutâneas: experiência no
acompanhamento conjunto (dermatologia/hepatologia) dos
pacientes em tratamento para hepatite C

Nome: Rafaela Lorenzon de Aragão Capeli
Tipo: Dissertação de mestrado profissional
Data de publicação: 22/09/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Lucia Martins Diniz Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Lucia Martins Diniz Orientador
Maria da Penha Zago Gomes Suplente Interno
Omar Lupi da Rosa Santos Examinador Externo
Patrícia Lofêgo Gonçalves Examinador Interno

Resumo: Introdução: Manifestações extra-hepáticas são frequentes na Hepatite C crônica. Dentre elas, as alterações dermatológicas são comuns e, por vezes, as únicas pistas para a existência da infecção pelo VHC. Pode-se citar como exemplos, o prurido, a porfiria cutânea tarda, o líquen plano e a crioglobulinemia mista. A terapia disponível no Brasil utiliza Interferon e Ribavirina, associados ou não aos inibidores de proteases Telaprevir e Boceprevir, apresentando muitos efeitos adversos, como anemia, leucopenia, dermatites, alopecia, prurido, além de induzir a doenças como a sarcoidose.
Objetivo: Descrever as alterações dermatológicas nos pacientes com Hepatite C crônica antes e após o início da terapia com Interferon peguilado e ribavirina, associados ou não ao Telaprevir ou Boceprevir.
Pacientes e Métodos: Pacientes com hepatite C crônica, do ambulatório de Interferon do Serviço de Hepatologia do Hospital Universitario Cassiano Moraes (HUCAM), Vitoria, ES., a serem tratados com Interferon e Ribavirina associados ou não ao telaprevir ou boceprevir. Os pacientes foram submetidos a questionário padrão e ao exame dermatológico pré-tratamento, e reavaliados periodicamente
durante a terapia.
Resultados: Dos 50 pacientes, 35 (70%) apresentaram alterações cutâneas pré-tratamento, sendo a mais frequente o prurido sem lesões cutâneas (40%), seguido da psoríase e porfiria cutânea tarda. O grau de prurido foi relacionado com fibrose hepática, genótipo e carga viral, sem correlação estatística. Após iniciarem o tratamento, 37 (74%) pacientes apresentaram alterações no sítio de aplicação do
Interferon. Nove desenvolveram reações medicamentosas (um paciente púrpura palpável, um vasculite medicamentosa, sete exantema medicamentoso). Oito (22%) pacientes cursaram com eflúvio telógeno, seis (16,6%) tiveram úlceras aftosas orais, três (8,3%%) herpes labial recorrente e três (8,3%) queilite angular.
Discussão e Conclusão: Em acordo com a literatura foram encontradas as alterações dermatológicas associadas à Hepatite C, prévias ao tratamento: prurido, xerose cutânea, psoríase e porfiria cutânea tarda. O prurido sem lesões cutâneas foi a alteração mais encontrada no estudo, justificando investigação sistemática para hepatite C nos pacientes com esta queixa. As alterações sistêmicas medicamentosas observadas em sua maioria foram bem toleradas, sem necessidade de interrupção do tratamento. A hepatite C é doença silenciosa, na qual
a maioria dos casos evolui para cirrose hepática e hepatocarcinoma. Dessa forma, devem-se intensificar as investigações sobre as manifestações extra-hepáticas que facilitarão o diagnóstico precoce da Hepatite C.
Palavras-chave: Hepatite C; Vírus da Hepatite C; Interferon; Ribavirina;
Manifestações cutâneas; prurido.

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